Ao começar a escrever este texto, falando sobre tudo que vi,
li e ouvi nestes últimos dias sobre a política local, mas especialmente do
Partido Democrático Trabalhista, não tinha ainda um título. Então resolvi
colocar esse, afinal de longa data já, não só agora os componentes, filiados ou
não, têm por costume antes ou depois de fatos, reuniões e decisões, cada um a
seu olhar crítico e muitas vezes de acordo com o seu interesse, tecer os seus
comentários nas redes sociais como o Facebook e Twiitter, onde identificam-se
ou então no já famoso Mural de recados de uma emissora local de rádio, onde
podem fazê-lo anonimamente. Me detenho muito mais a esta última opção que por
ser anônima e livre, apenas sofrendo a natural e necessária moderação por parte
dos responsáveis, costumam fazer críticas, defesas, lembranças e relembranças
de fatos e ações partidárias.
Alguns falam que isso acontece porque o partido é
democrático até nestes quesitos. Já outros costumam dizer que os assuntos da
sigla devem ser discutidos, debatidos e decididos mais reservadamente, ficando
no âmbito do partido, afim de não expor-se demais aos adversários e
interessados. Há também aqueles que vêm ao longo do tempo buscando conciliar as
coisas e filiados, equilibrando de forma benéfica as ações partidárias.
Embasado nestes fatores, ouso dizer que o partido tem em suas fileiras,
divergentes interesses, alavancados cada um deles pelos líderes dessas mesmas
alas.
Vejamos então, os chamados Brizolistas são os tradicionais de esquerda,
de posições firmes em defesa das bandeiras originais do trabalhismo, da educação,
do nacionalismo e da sigla. Buscam sempre o crescimento do partido e a
implementação de políticas públicas visando uma valorização e crescimento da
sociedade mais igualitariamente e com justiça social.
Já a turma dos Pedetistas, não segue com muito
afinco a tradição do partido, são mais adesistas, mais do tipo cereja do bolo, que
se intitulam os melhores, os salvadores da Pátria e que o partido deve caminhar
com eles, pois a sigla depende deles, são os imprescindíveis. Esses buscam o poder
pelo poder bem mais do que de fato para a aplicação do que reza a cartilha do
trabalhismo. Eles hoje estão no comando do partido tanto a nível federal,
estadual e na maioria dos municípios.
Aqui em Marau, também é esse o grupo que
dirige o partido, elegeu o Vice Prefeito e tem vários componentes no governo
cuja coligação ajudou a compor e aprovar na avaliação popular. Por certo que
reagirão dizendo que não, mas vejam só o teor de todos os comentários que
comandam no “mural” e as práticas de indicações de ocupantes e postulantes de
cargos no governo local, que nesta semana chegaram ao cúmulo de cargos
de confiança do partido, indicados e nomeados sem a menor ligação, pois nem filiados
eram antes do cargo, chegarem a falar
aos quatro ventos que “eu nem sei quem foi esse Brizola, to aqui pelo meu salário
no fim do mês”. Se brincar daqui a pouco nem sabem qual é o partido que
assinaram a ficha para galgar a função e o salário como falaram. Urge que se aprenda que a função pública é nobre, que pode ser política sim, mas deve ser cumprida com competência e responsabilidade sempre.
Difícil é
entender porque um partido que tem em suas fileiras profissionais do direito,
das ciências exatas, das ciências humanas, de TI, da área da saúde e
odontologia, bem como muitos da área administrativa, tenha colocado a bandeira
na testa de pessoas alheias as funções que ocupam e também as tradições de um partido
capaz, sério e comprometido com as causas sociais. Que no menor indício de desacerto ou perda de benefício de seus interesses, lá se vão aos microfones e teclados, despejar as suas insatisfações e desavenças com atos da administração.
É por estas e muitas outras situações
ainda obscuras e que poderão vir a tona, já que o que se viu parece ser só a
ponta do iceberg que O PDT de Marau Sangra.
Jair Lombardi
Gestor Público
Corretor de Seguros